segunda-feira, novembro 20, 2006

Liderança

Não é líder quem o quer, mas quem o sabe ser.
Dito isto, fico estupefacto com notícias/declarações como esta (de Fernando Santos): «Há questões de temos de tratar dentro do balneário e é isso que vamos fazer».
Relembro o meu Porto de há dois anos, com três treinadores a fazerem somente papel de figura presente.
A questão não está na declaração em si, mas no repetitividade da mesma, ouvimo-la de duas em duas semanas, ou se quiserem, sempre que o Benfica falha em ganhar um jogo. Ora, fazer declarações destas para fora, e não dentro do balneário podem ser prejudiciais e mostram um pouco a atitude do plantel.
Já se disse em tempos que o Benfica tinha capitães carismáticos em demasia. Nunca ouvi dizer muitas coisas boas do balneário encarnado.
E ter estas considerações públicas sempre que o Benfica não ganha mostra-nos duas ou três coisas. Que para a direcção o culpado não é o treinador (até quando?), que os jogadores não conseguem dar voz às teorias técnicas e que haverá (?) necessidade de dispender de alguns para melhorar a capacidade da equipa.
Lembro-me de Mourinho dizer que uma das maneiras de melhorar a competitividade da equipa, na altura, foi chamar juniores, já que o plantel nem de joelheiras jogava. Aumentou a agressividade e a competitividade e em pouco tempo conseguiu milagres.
Terá Fernando Santos de fazer o mesmo? Terá tempo para o pôr em prática? Veremos.
Nota: Não me parece que o desapreço por Fernando Santos seja a resposta a tudo. As equipas de Koeman, Trapattoni e Camacho conseguiram resultados, mas não jogavam assim tão bem...
Aliás, a equipa campeã, a de Trapatonni, era muitas das vezes demasiado fraquinha, mas a velha raposa lá conseguiu o objectivo. Mesmo tendo partido, com poucos suspiros vermelhos, depois do campeonato.

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