sexta-feira, janeiro 07, 2005

Infância bucólica

Filho de pais alentejanos, habituei-me desde pequeno a ir passar os fins de semana, as férias ou algum dia às zonas de Montargil/Ponte de Sôr ou Montes Juntos/Redondo.
Não sei até que ponto é que isso teve infuência na minha maneira de ser, na minha personalidade. Mas olhando para a infância de filhos de amigos meus, acho que fiquei a ganhar.
Não troco uma PS2 (e eu até tive um Spectrum) por uma ida à barragem, por uma dormida num moinho abandonado junto ao Guadiana, por mergulhar a nadar no Guadiana, por ir aos pássaros e à pesca, por ir de carroça á fonte, por andar de burro, por alimentar as bezerros, carneiros e restante bicharada.
Olho para estas crianças e vejo-as demasiado imersas na tecnologia, acho que já não sabem brincar sozinhas sem ter um comando ou teclado nas mãos.
E acho que tenho pena delas, ou então o defeito deve ser meu...

1 comentário:

Anónimo disse...

Qual a criança que não gostaria de ter a oportunidade que nós tivemos? A insegurança e a falta de espaços abertos, obriga os pais a enclausurarem os seus filhos.O quadro que pintaste é demasiado belo,leva-nos a um estado nostálgico e deprimente...,os brinquedos já não são partilhados, pois,são pesados e individualistas.A informação e a distração é buscada na tecnologia.Já não contamos historias uns aos outros e muito menos ouvimos os velhos. Sair do casulo permite novos desafios, chances de corrermos certos riscos, que a meu ver pode nos ajudar a conhecermo-nos melhor e ao outro.Poucos já subiram uma árvore e cairam , poucos já atravessaram a barragem e tomaram banho numa noite de lua cheia...,isto não é defeito.É viver bem.Gostei da viagem Tiagão.

Daniel Silva