Não gosto do Eixo do Mal, e a primeira vez que vi o programa pensei comigo mesmo "Livra, este pessoal tem uma Cunha. Quem é que liga ao que eles dizem?".
Já vi mais alguns pedaços do programa, e continuo a pensar mais ou menos o mesmo!
No entanto descobri o Pedro Mexia escritor/cronista. Comecei pelo Fora do Mundo, e continuo agora, sempre que possível, no Spleen do Século (na Grande Reportagem).
A Crónica desta semana é extremamente interessante e fala sobre a pequenez do meio literário português. Onde todos (escritores, críticos e amigos duns e doutros) se conhecem, pelo que fazer crítica é uma actividade atroz - para quem a faz e para quem a recebe.
Deixo aqui um pequeno excerto: "A coisa é tão caricatural como isto: todos nos conhecemos, todos nos encontramos, todos somos casados com uma prima. Esse problema do tamanho é um problema fatal. Faz de nós mais humanos, menos insensíveis? Com certeza. Mas também faz de nós mais sentimentais, mais débeis. Mesmo porque ficamos incapazes de discutir seja o que for num plano que não o plano pessoal. entendemos toda a crítica como crítica pessoal. Se alguém nos critica, fica marcado como escumalha. Se alguém me critica é porque me quer mal como pessoa e se me quer mal como pessoa eu também lhe quero mal. (...) É triste mas é assim. O meio é pequeno. Muito pequeno. E como nos conhecemos todos, ficamos todos presos entre a impotência e a amargura."
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