Existem livros que me marcaram positiva e negativamente. Abro aqui um pequeno espaço apara falar deles, de alguns, positiva e negativamente.
A MISSÃO, de Ferreira de Castro. Não sei como o livro chegou às minhas mãos. Sei que fiz um trabalho na Faculdade que consistia na comparação entre este livro e o filme de Rolland Joffé A Missão. Embora o título seja o mesmo, as histórias são diferentes. Se encontrar o trabalho até o publico por aqui.
Enfim, penso que foi por essa razão que descobri este conto de Ferreira de Castro. É uma pequena história que já li duas ou três vezes e a que vou regressando de vez em quando.
A história passa-se durante a 2ª Guerra Mundial, numa aldeia. Essa aldeia tem um convento e uma fábrica, ora os edifícios onde ambos estão localizados são iguais, e é desta realidade que toda a história nasce. Os frades vão discutir sobre a necessidade ou possibilidade de marcar o convento de forma a que os bombardeiros saibam que ali é um convento e desse modo se abstenham de destruí-lo, como dizem as leis de guerra. E o conto trata disto, da discussão entre eles, dos temores de cada um, da obrigatoriedade da nomeação do convento como tal mostrando aos inimigos onde é a fábrica, assinando a sentença de morte dos trabalhadores, destruindo toda a aldeia que os acolheu. Discute-se aqui também a noção de religioso, a ideia de vocação e de emprego, foram porque se sentiram chamados ou porque dava dinheiro? Em momentos de água a ferver saltam para dentro dela ou atiram-na para cima dos outros?
É disto que este livro trata e fá-lo, na minha opinião, magistralmente. Põe a nú a falibilidade humana, a pequenez e grandeza do espírito humano, e acaba cinicamente com uma lição de moral.
Procurem-no, peçam emprestado. Vale a pena e é um conto com somente 80 páginas, lê-se de uma penada.
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