quarta-feira, abril 20, 2005

Sentado,
escrevo.
Num velho caderno que me foi oferecido
há imenso tempo, para que me lembre por quem.

Encontrei-o no meio daquelas coisas esquecidas e perdidas que temos em casa.
Achei-o ideal para a história que tenho em mente.

E vou escrevendo.

Até que me apercebo que as folhas acabaram,
e o mesmo não acontece com a história. E não tem sentido
não tem sentido
terminar a estória noutro caderno. Esta narrativa pertence a este caderno.

Triste pelo fim abrupto, caminho
até ao pontão.
Olho para o caderno,
numa tentativa muda
esperando que ele me diga se quer ir inteiro ou separado
de encontro ao frio molhado das águas.

Viro as costas, depois de lançar o caderno.

Escrevo,
sentado.

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