quarta-feira, outubro 12, 2005

É bom ver que têm atracado, aqui, alguns amantes da 9ª arte.
Alguns dos que venceram a máxima (mínima, diria eu) de que a BD é para as crianças. Infelizmente, é, ainda um pouco, a mentalidade em Portugal. A grande realidade é que a actual BD americana (DC e Marvel) não é de modo nenhum (talvez com uma ou duas excepções) virada para os mais novos, bem pelo contrário. Quando releio as histórias que preencheram a minha infância vejo o quão menos violentas e mais conciliadoras elas eram. Talvezz sinal dos tempos, talvez resposta à crescente "evolução" das story-lines não só na Bd, mas também no cinema, tv, etc.
Um dos visitantes levantava a questão da morte de Jean Grey. A primeira morte dela foi/é uma das minhas arc-storys favoritas. Claremont e Byrne esmeraram-se e criaram uma verdadeira obra prima. Tem tudo o que gostamos, amizade, amor, traição, dúvidas (existenciais ou não), sacrifício, dor...
(um parênteses- para quem conheceu os X-men, e o Spider-man, através da cinema houve uma coisa que os chamou. A humanidade das personagens e o facto de os filmes não serem só acção. Muitos dos que não gostaram do Spider-Man 2 - hereges - não gostaram por esssa mesma razão, acharam que era só paleio. Os X-Men sempre mostraram que uma bnoa história era aquela em que havia acção, claro!, mas também a (inter)relação entre os persoangens, foi isso que fez dos X-men uma família e foi isso que nos levou a preocupar com eles. Hoje, a maior parte das histórias (dos escritores) tendem a ver os X-men menos como uma família e mais como uma equipa, mais como um grupo de amigos que vive junto e transformam as histórias em novelas, e já não nos espantamos se virmos alguma personagem a "correr" os outros personagens do sexo oposto, ou mesmo do mesmo - linda redundância).
Mas, depois alguém a ressuscitou e pronto!
E depois alguém a matou...e incrivelmente continua morta (embora eu tenha a sensação que voltará quando a relação de Scott Summers com Emma Frost acabar (cf. Astonishing X-men), incrivelmente porque o Magneto "ressuscitou" um mês depois de ter morrido!
A morte hoje é algo extremamente volátil no mundo dos comics (tanto da DC, como na Marvel). É feita com a intenção de vender mais, chamar leitores e se possível preparar uma, ainda, melhor história para o regresso do morto! Green Arrow, Green Lantern, Elektra, Jean Grey (na altura, como X-Factor), Superman e tantos outros são provas cabais disto mesmo.
Irrita-me, embora as histórias sejam interessantes, os "regressos da campa" de Jason Todd e de Bucky. Já estavam mortos e enterrados, seria mesmo necessário? Não haveria mais nada de novo?
O que também prova se calhar o medo da morte, a educação pela morte que o Nuno falava. Será que temos (têm) medo da morte e por isso falamos/escrevemos sobre ela? Será que este regresso dos mortos não será o desejo/medo de quem escreve? Ou é tudo, simplesmente, indústria?

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