quarta-feira, dezembro 28, 2005

O Guarda-Roupa, a feiticeira e eu quase a dormir

Enquanto o prometido café miltoniano (ou leopoldino) não chega, vou-me entretendo a fazer-lhe a cabeça em água.
Renitente, mas salvaguardado pela sua crítica ao filme das Crónicas fui ontem ver o badalado As Crónicas de Narnia.
Já li parte dos livros (falta-me um e meio), vi parte da série da BBC feita em 88, e sinceramente aproveitar a boleia do Senhor dos Anéis à procura de dinheiro fácil não me parece o mais inteligente.
Embora Tolkien e C.S.Lewis fossem amigos e professores, as suas obras são díspares, diferentes ainda que com alguns pontos de contacto.
Tolkien era filólogo, mitologista e linguista, C.S. Lewis um pensador, filósofo e teólogo. Ambos gostavam de cervejas e cigarros, mas os gostos anteriormente descritos mostram o alcance da sua obra.
Tolkien escreveu uma obra de grande fôlego, um épico baseado em mitologias, no cristianismo, e nas lendas inglesas. A obra de Tolkien é no que diz respeito à acção dispersa, não una, mas de uma enormidade que só 3 filmes fizeram um pouco de justiça.
Ora isto não acontece com Lewis, Lewis tenta descrever verdades cristãs com os seus livros para crianças, são livros menos espantosos e maravilhosos, bem menos complexos no que diz respeito à acção. São livros que tentam passar uma verdade, mas ainda que num universo mágico, essa acção e esses tipos tornam-se centrais.
Querer transformar um dos livros de Nárnia num sucesso sem precedentes é pura imaginação.
Não está mal feito, tem uma ou duas cenas extremamente ridículas, passa a mensagem, mas para um público demasiado ávido de novidades e habituado a muitos outros produtos, este filme parece demasiado insípido, a mim pareceu....

1 comentário:

Anónimo disse...

acho que está genial, comovente e consegue transmitir algumas verdades..
curiosamente C.S. Lewis nunca quiz que as suas obras passassem para o grande écran..
bjnhs
shana