quarta-feira, novembro 15, 2006

Os Grandes Portugueses

E falo de livros.
Li dois bestsellers, gordos, nacionais, e estou a ler outro.
Li O Último Papa e não o tendo achado brilhante, não desgostei tanto como algumas críticas (ver Os Meus Livros deste mês, por ex.). Achei mais verosímil que o famoso Código, embora tenha algumas dificuldades ao nível da construção, mas pronto. Não é um dos livros da minha vida, mas serviu o seu objectivo, diverti-me e não me senti assim tão defraudado.

Li A Fórmula de Deus e espantou-me uma certa animosidade contra o Deus cristão.
Há uma frase que ciclicamente se repete no romance acerca do Deus mesquinho, que fez com que Abraão quase sacrificasse o seu filho.
Há como que a necessidade do autor de exorcisar as suas dificuldades acerca do Deus Cristão. Claramente, que se tenta provar a existência de Deus, de uma entidade mais inteligente do que sobrenatural, no Universo.
Há certas incongruências no discurso, como um Deus omnipotente ter de se submeter às regras por si firmadas, como se o criador não tivesse poder sobre a sua criação; como a ignorância, por parte do autor, de antropomorfismos na Bíblia, para o autor é perfeitamente normal que o discurso por vezes seja literal e outras não, conforme lhe dá jeito, e não enjeita sequer a possibilidade de Deus descer ao nosso nível e utilizar a nossa linguagem para que o compreendamos.
Mas todos estes pequenos exemplos não estragam o livro, dão-nos mais uma visão do problema. No entanto, e tendo gostado do livro, sinto-o um pouco desequilibrado. Há acção, mas muitas das páginas do livro são tomadas a explicar a ciência por trás da teoria/livro. O que torna, por vezes, o livro um pouco chato, ainda que inevitavelmente.
E agora ando a ler Enquanto Salazar Dormia, e sinceramente apetece-me bater uma sornazita.
Acho que o rapaz (Domingos Amaral) já fez melhor, o romance de estreia (Amor à Primeira Vista) era mais interessante.
Este é claramente feito para aqueles que compram ou lêem a MaxMen, revista por ele editada, embora, na minha opinião, a revista tenha mais piada.
É, na minha opinião, uma caso típico de porno chachada. É chato, abusa do discurso directo, é sexualmente deprimente, e nem as curiosidades da época me levam a querer continuar a leitura. Vamos a ver...

Sem comentários: