sexta-feira, novembro 24, 2006

Sentado
escrevo.

Num velho caderno que me foi oferecido
há imenso tempo,
para que me lembre por quem.
Encontrei-o no meio daquelas coisas esquecidas e perdidas que temos em casa.
Achei-o ideal para a história que tenho em mente.

E vou escrevendo.
Até que (me a)percebo que as folhas acabaram,
e o mesmo não acontece com a história.
E não tem sentidonão tem sentido
terminar a estória noutro caderno.
Esta narrativa pertence a este caderno.
Triste pelo fim abrupto, caminho
até ao pontão.

Olho para o caderno,
numa tentativa muda,
esperando que ele me diga
se quer ir inteiro ou separado
de encontro ao frio molhado das águas.
Viro as costas, depois de lançar o caderno.

Escrevo,
sentado.

Sem comentários: