quarta-feira, dezembro 13, 2006

Verão Azul

Comprei, a preços de chuva (3.95€ cada), os volumes 2-4 da mítica série espanhola.
E já consegui ver 2 episódios.
Foi interessante rever a série passados vários anos. Não posso dizer que me lembrava dos episódios que vi, lembro-me vagamente do último. E a forma como a via, antes da adolescência, mudou radicalmente, hoje vejo-a, e ainda bem, de outra forma.
Continuo a gargalhar, penso que com mais força hoje, com os disparates do Tito e do Piranha, com a voracidade deste último, mas fui apanhado de surpresa com os temas e o tratamento destes que a série faz.
Vi dois episódios, um sobre a primeira menstruação, a amizade, a passagem de menina a mulher, a diferença entre homens e mulheres no que diz respeito aos relacionamentos amorosos, e o outro sobre a depressão. É para mim uma surpresa ver como os temas eram abordados, alguns levemente, mas sempre com muito humor e boa disposição, e por vezes, com muita coragem.
Verão Azul é, hoje ainda, uma série interessante, com valores e com uma abordagem que nos leva a discutir, até com os mais novos, alguns temas difíceis.
Produzida e realizada em 1981, Verão Azul mostra-nos uma realidade ainda hoje não atingida pelas séries/telenovelas portuguesas. Consegue ter vários níveis de interpretação, mantendo-a apelativa para miúdos e graúdos.
É leve? É. É corajosa? É. É séria? É.
Há 25 anos atrás os espanhóis já estavam mais evoluídos que nós, não é somente de hoje. Nós ficamo-nos pelos Inspectores Max, Doces Fugitivas, Anjos Selvagens e Morangos, séries que têm algum potencial mas que esbarram no desejo de nos estupidificaram cada vez mais, fazendo 20 episódios clones uns dos outros, que nada nos ensinam, que não nos levam a discutir nada. Comer e calar, e assim vai o panorama da nossa televisão.

Sem comentários: