Terá sido o primeiro livro de temática gay que li do princípio ao fim.
É difícil dizer alguma coisa sobre o livro que o texto da apresentação do mesmo, a cargo de Fernando Pinto do Amaral, não o já tenha feito.
Confesso que gostei deste Cidade Proibida, de Eduardo Pitta.
Algumas das passagens são mais descritivas e cruas (obscenas?!) do que estamos habituados na nossa literatura. Quiçá se a descrição dos relacionamentos sexuais fosse heterossexual não causaria tanta estranheza, e seriam mais típicas. Aqui Eduardo não faz concessões, quer pintar o quadro da intimidade das personagens, e fá-lo sem paninhos quentes. Sexo, práticas fetichistas, taras e mais sexo encontram-se no livro.
Sendo uma narrativa de temática gay, mas não só, o livro ganha do estilo e capacidade narrativa do autor. Dizia-se na apresentação que não era usual um poeta ter tanta firmeza narrativa. Tem-na de facto. O livro prende, mesmo um leitor heterossexual, desconhecedor, e devo confessar algo avesso, a temáticas gays.
Mas, o que me faz gostar bastante do livro é a crítica social e cultural.
Na página 27, lemos a frase de uma funcionária dos serviços consulares, a Rupert, inglês, que viria trabalhar em Portugal.
“- Portugal? Leia o Beckford, Recollections of an excursion...É de muita utilidade. Vai ver que continua tudo na mesma.”
O livro de Beckford foi publicado em 1853, e fico na dúvida, depois de ler o livro (e o blog), se a crítica é uni ou bidimensional. Eduardo critica só a visão estrangeira de Portugal, ou na realidade critica também a incapacidade lusitana de evoluir?
Nas páginas 40 e 41 discute-se o valor de A Noite e o Riso, de Nuno Bragança, e Portnoy´s Complaint, de Phillip Roth.
Dois livros contemporâneos um do outro, para comparar anglo-saxónicos e portugueses, agora partindo da literatura.
Depois, há o Eduardo do Blog em estilo romanesco. A música, o cinema, a literatura, as classes altas e médias, e as outras, os escritores e os professores universitários, os parasitas, as teses de mestrado (pág. 69 e 70), P D. James, etc...
Resumindo, um dos grandes livros de 2007.
Confesso que gostei deste Cidade Proibida, de Eduardo Pitta.
Algumas das passagens são mais descritivas e cruas (obscenas?!) do que estamos habituados na nossa literatura. Quiçá se a descrição dos relacionamentos sexuais fosse heterossexual não causaria tanta estranheza, e seriam mais típicas. Aqui Eduardo não faz concessões, quer pintar o quadro da intimidade das personagens, e fá-lo sem paninhos quentes. Sexo, práticas fetichistas, taras e mais sexo encontram-se no livro.
Sendo uma narrativa de temática gay, mas não só, o livro ganha do estilo e capacidade narrativa do autor. Dizia-se na apresentação que não era usual um poeta ter tanta firmeza narrativa. Tem-na de facto. O livro prende, mesmo um leitor heterossexual, desconhecedor, e devo confessar algo avesso, a temáticas gays.
Mas, o que me faz gostar bastante do livro é a crítica social e cultural.
Na página 27, lemos a frase de uma funcionária dos serviços consulares, a Rupert, inglês, que viria trabalhar em Portugal.
“- Portugal? Leia o Beckford, Recollections of an excursion...É de muita utilidade. Vai ver que continua tudo na mesma.”
O livro de Beckford foi publicado em 1853, e fico na dúvida, depois de ler o livro (e o blog), se a crítica é uni ou bidimensional. Eduardo critica só a visão estrangeira de Portugal, ou na realidade critica também a incapacidade lusitana de evoluir?
Nas páginas 40 e 41 discute-se o valor de A Noite e o Riso, de Nuno Bragança, e Portnoy´s Complaint, de Phillip Roth.
Dois livros contemporâneos um do outro, para comparar anglo-saxónicos e portugueses, agora partindo da literatura.
Depois, há o Eduardo do Blog em estilo romanesco. A música, o cinema, a literatura, as classes altas e médias, e as outras, os escritores e os professores universitários, os parasitas, as teses de mestrado (pág. 69 e 70), P D. James, etc...
Resumindo, um dos grandes livros de 2007.
Cidade Proibida é a história do relacionamento entre Rupert, inglês, das classes baixas, e Martim, português da classe alta. Dois mundos diferentes, dois países diferentes, duas sensibilidades diferentes numa cidade proibida.
Afinal não é só o sexo o que divide a cidade, é também o dinheiro, o saber, a cultura, os interesses, a história por trás de cada um.
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