domingo, agosto 05, 2007

Público de 5 de Agosto

A notícia intitula-se 'Conselho da Europa quer fim de palmadas às crianças'.
Começa assim 'Nem açoite, nem tabefe, nem palmada' e parece que o Conselho quer lançar uma campanha "para mudar mentalidades", segundo o mesmo nada justifica castigos corporais. Mais à frente no artigo lemos que a violência física é um atentado aos direitos da criança como pessoa. A Secretária geral adjunta do Conselho da Europa, a holandesa Maud de Boer-Buquicchio diz que "não temos autorização para lhes bater, para as ferir, nem para as humilhar".
Penso que tudo isto é uma patacoada. Primeiro confunde-se uma palmada, um açoite com violência, depois há a frase final que junta os correctivos físicos na ideologia de que têm como finalidade (ou são essencialmente) para ferir ou humilhar.
Ninguém gosta de ver um adulto infligir violência a uma criança, mas penso que aqui deverá existir cuidado. Uma palmada nunca fez mal a ninguém, dada no local certo, na altura certa e com a explicação devida.
Lembro-me que levei três estalos aos 6 anos por apalpar uma vizinha e colega de escola. Serviram-me de lição e nunca mais o fiz, outros advogarão que a minha mãe (autora do correctivo) deveria ter somente falado comigo e castigar-me de uma outra forma. Lembro-me de uma amiga ter estagiado em Inglaterra e horrorizada dizer que foi uma má experiência, crianças entre os 4-7 anos batiam fisicamente nas professoras, que nada podiam fazer, porque o correctivo físico é proibido. Sim, ainda levei um ou dois tabefes da professora primária, e não era por causa disso que não gostava dela ou lhe tinha mais respeito.
Hoje, estamos na era da comunicação, achamos que tudo se resolve com palavras ou com castigos (Vai para o quarto! - com tv cabo, internet e telemóvel).
A palmada não deve ser dada como escape, ou como desculpa para toda e qualquer asneira, mas parece-me que uma palmada pode ser útil. As crianças têm direitos, talvez até o direito de pôr os pais em tribunal num futuro não muito próximo. Parece-me que o que falta é um equilíbrio, olha-se para o problema como um oito, e inventa-se uma solução que é um oitenta.
Aceito que o Estado e a Europa entrem no espaço privado quando há lógica e sentido, quando isso não acontece deixamos de estar em Democracia, o autoritarismo é uma realidade, emboçada, mas não menos real.
É a liberdade preconizada pela Europa, somos todos livres de fazer o que eles querem, como eles querem. Uma Europa que pouco tem dado, uma Europa que renega as origens, uma Europa que sabe o que é hoje, mas não sabe o que será amanhã, uma Europa que respeita as costumes africanos, asiáticos, religiosos e culturais, mas que se vai apagando a si mesma pelo respeito aos outros.
começo num ponto e termino num outro, a verdade é que para mim está tudo ligado. E vocês, o que acham?

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