Fui a mais uma ante-estreia, ontem tive o prazer de ver A Vida Interior de Martin Frost de Paul Auster.
O filme foi destruído pela crítica (um crítico americano colocou em causa a veracidade das nossas árvores!!! O filme foi filmado em Portugal, e para ele as árvores pareciam feitas de cartão...Enfim...) americana, o que me parece compreensível depois de o ver. The Inner Life estará mais próximo de um filme eropeu agradará mais a este do que a um público e a críticos habituados/moldados ao actual cinema americano.
Paul Auster conta-nos a história de um escritor de sucesso, Martin Frost, que depois de terminar o seu último livro decide descansar na casa de uns amigos, no campo, enquanto estes estão fora. Quando acorda no primeiro dia depara-se com uma mulher na cama. Pouco a pouco o fascínio vai dando lugar ao amor e Claire torna-se a sua fonte de inspiração. Mas, quem é esta mulher, que se diz sobrinha do casal amigo, mas não o é? Poderá o amor manter-se perante a mentira, e poderá sobreviver quando Claire começa a adoecer gravemente?
Estou a tentar ser o mais elusivo possível, parece-me que o espectador ganhará mais se for mais ignorante para a sala escura. O que pode ser um pau de dois bicos, alguns dos espectadores saíram durante o filme, chateados ou aborrecidos com este.
Eu? Adorei. Não conheço a história que deu origem a este filme, e o filme não será perfeito, está demasiado preso à ideia, à identidade da Literatura, ou se quiserem por vezes é mais literário do que cinematográfico, o que pode ser um problema quando queremos ver um filme e não ler um livro. A voz off (o próprio Paul Auster) que faz a narração é por vezes castradora da interacção entre o público e a história, conta demasiado, explica demais.
Sendo uma história e um filme de Paul Auster é normal que haja algo de si e do seu estilo, não teremos aqui uma história normal (princípio, meio e fim) com a casualidade-efeito que estamos habituados, não será isso que mais interessa. É aliás explicado por Martin no filme quando este diz a Claire que não é tanto a acção da história que interessa, mas a reacção da personagem. Não é a trama que lhe interessa, mas as alterações que se darão nas personagens.
Gostei bastante do filme, é um universo mágico, que toma uma ideia clássica de uma forma interessante (ou várias ideias, o filme é uma manta de retalhos de ideias) mas tomou-me de surpresa e fiquei bastante agradado. Visualmente é deslumbrante e não tem árvores de cartão, o tipo que o disse será uma autêntica besta ou ignorante ou americano, risquem o que quiserem.
Fiquei convencido, sr. Auster.
Obrigado.
1 comentário:
estou desejosa de ir ver este filme ao cinema! Pois, imagino a critica, pelo que conheço dos seus livros, imagino que o filme nao seja tipicamente americano. devo dizer k só So li o inicio do post para poder ver tudinho em primeira mao!
um beijinho
shn
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