quinta-feira, outubro 09, 2008

Era tão sorridente, estava sempre lá, nunca o ouvi queixar-se do trabalho, ainda que fosse sempre o mesmo, chato, chatíssimo. Mas ele estava lá, sempre com um sorriso na boca.
Não era uma pessoa, era um cartão. Agora que penso nisso, era um sacana de um cartão que sorria sempre que eu gastava dinheiro. O filho da mãe estava sempre lá, a rir-se de mim, enquanto a conta decrescia.
Sempre com uma atitude pedante. A apontar para as teclas, como se eu fosse uma besta quadrada. E de vez em quando, com um ar falsamente triste, a dizer que não há dinheiro. Não tenho. Ou seria, não te dou?
Pensando bem... é bom que não te volte a pôr a vista em cima.
Uma dúvida assalta-me a mente. Ó palhaço, reformaste-te ou morreste? Nem uma carta de despedida? Nem um sorriso trocista?
É bom que não te volte a pôr a vista em cima.







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