quarta-feira, outubro 29, 2008

Hesito. A ponta da caneta vai sujando o papel, sem que uma letra ou palavra se distinga.
Tento que seja a caneta a escolher o caminho, que seja ela a pensar.
No entanto, os pontos, rabiscos e traços não ganham personalidade linguística.
Começo a passear mentalmente pelo alfabeto. Com que palavra começarei o texto?
E começarei com um verbo, um artigo ou um adjectivo?
Para quê perder tempo com o tamanho do texto se ainda não lhe descobri o tema? Ou que tipo de texto será?
Deixo a caneta a olhar para o papel, de cima para baixo.

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