domingo, setembro 17, 2006

Eu nem ia escrever, há já algum tempo que tenho guardado o Domingo, e em termos de blogue, este tem sido o dia de descanso (mesmo quando não escrevo todos os dias).
Mas, pronto...não resisti.
Queria deixar dois pontos em relação à aula de teologia do Papa, na Alemanha, esta semana - ya, aquela da guerra santa.
Por um lado, parece-me excessiva a rapidez com que nos colocamos de joelhos e pedimos desculpas aos muçulmanos. Se alguém diz alguma coisa acerca do Islão, toda a comunidade internacional arrepia caminho e pede desculpa. Toda a comunidade internacional e, pelo menos, a esquerda portuguesa, elevada no seu orgulho a repisar toda a cultura cristã ocidental bárbara e sanguinária que durante imensos séculos destruiu e matou imensos árabes.
Give us a break! E quando eles batem palmas e disparam as metralhadoras porque duas torres caíram (não devem ser só eles, admito que alguns membros da nossa esquerda também o façam, mas pronto...) o que fazemos nós? Nada, coitadinhos, foram os tolos, ou pelo menos os extremistas...
Fora de brincadeiras, não vos parece que a reacção proveniente dos diversos países árabes tem tudo de legítimo, mas também legitima as palavras do Papa? É que eles estão a reagir da forma como o Papa descreveu e que tanto os atingiu.
Por outro lado, é-nos pedido (sociedade em geral, cristã e laica) uma atitude de tolerancia. Se dizemos, escrevemos ou desenhamos alguma coisa contra o Islão somos barbaramente criticados (e não digo que sem razão, atenção). Quando o contrário acontece estamos a ser tacanhos. Quando alguém se ofende com um "soquete" que atinge a fé cristã (eu ia utilizar o Herman como exemplo, mas há muito que o humor do Herman deixou de ser exemplo, o que é pena), então temos de deixar de ser tacanhos...
Porra, então eu estou sempre a ser tacanho? Há vários pesos e medidas (eu sei que há!)?
Sabemos quem financia as Al Quaedas, afinal somos nós quem os sustentamos, através do petróleo, mas a esses não criticamos. Gostamos de criticar o Papa, quem é ele para ter dito o que disse? Talvez, nem com tanta razão assim...
Mas, por favor...desculpem lá - cresçam.
Cresçam todos (os de esquerda e de direita, os cristãos e muçulmanos, os ateus e suicidas, os que não têm nada para fazer, e os que só dizem mal).
Cresçam...há gente a tentar viver.

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