segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Li A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón, um livro que me fora "vendido" como imperdível e como transformador de muitos hábitos de leitura.
Devo confessar que não era o que estava à espera, o que não quer dizer que não tenha gostado, e gostado bastante. Mas, não alterou a forma como olho para os livros, como alguém me tinha dito.
A Sombra é uma homenagem ao espírito do leitor, daquele que tenta ler e conhecer aquilo (livro e autor) que lê, é sobre Barcelona, sobre um certo espírito que foi desaparecendo e uma certa mágoa pelo fim de um certo estilo de vida desaparecido entre o Séc. XIX e o Séc.XX.
A história começa quando o pai de Daniel o leva ao Cemitério dos Livros sem Nome, depositário de livros já não disponíveis, livros (ou edições) esquecidos. É aqui que Daniel escolhe um livro, que lê rapidamente. Ao tentar descobrir mais livros deste autor, Daniel vai deparar-se com alguns mistérios e com a destruição de todos os livros por alguém que bem pode ser o diabo!
A Sombra é um livro que se obriga a ler, é construído como uma parede, por camadas de tijolos e vamo-nos apercebendo de algumas coisas a seu tempo. É uma história relativamente simples, escrita de uma maneira inteligente, evitando a linearidade Zafón mudou a natureza da sua história, e transformou-a em ouro.
Recomendo A Sombra do Vento pelo ambiente, pela história em si e pela forma como está contada, pelo sentido de humor do autor e pelas descrições de amor pelos livros.
Já que falo de livros, leiam O Clube Dumas, por sinal mais um autor espanhol - Artur Pérez-Reverte - que também fala de livros, e do diabo. Pode ser um companheiro ideal para os leitores orfãos de A Sombra.

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