quinta-feira, fevereiro 26, 2009

A Escriba de Antonio Garrido

A descansar dos trabalhos e testes, encarreguei-me de voltar a dar trabalho aos meus olhos e ler um "tijolo".
A capa é lindíssima, e a ideia de ler um thriller histórico convenceu-me.
No final, a reacção foi morna, podia ter sido melhor, mas não me convenceu totalmente.
No site da Porto Editora podemos ler:
Alemanha, ano 799. Carlos Magno, em vésperas de ser coroado imperador do Ocidente, encarrega Gorgias, um ilustre escriba bizantino, da tradução de um documento de vital importância para o futuro da Cristandade. O trabalho deverá ser executado no mais absoluto segredo. Entretanto, Theresa, filha de Gorgias e aprendiz de escriba, é falsamente acusada de um crime e procura refúgio na cidade alemã de Fulda, perdendo o contacto com o pai. Aí, conhecerá Alcuino de York, um frade britânico que investiga uma terrível epidemia que assola a população. Quando Theresa é informada do desaparecimento misterioso de Gorgias, ela e Alcuino embarcam numa aventura inquietante para o encontrar e infiltram-se numa teia conspirativa de ambição, poder e morte, em que nada nem ninguém é o que parece e da qual depende o futuro do mundo ocidental.Combinando o rigor histórico com uma prosa de ritmo trepidante, este romance de Antonio Garrido conduz o leitor por cidades, claustros e abadias medievais, num "thriller" apaixonante inspirado em factos reais.
O que é que não me convenceu? Nunca me senti totalmente envolvido na trama. A ideia de seguirmos uma personagem ao longo dum determinado período de tempo (aqui, cerca de 5 meses) pode surtir efeito (veja-se o caso do magnífico A Catedral do Mar), mas aqui as coisas acontecem demasiado rápidas (no tempo), as episódios são variados mas parece que o tema (Três impérios. Dois Manuscritos. Um segredo) é esquecido e polvilhado aqui e ali no texto. A verdade é que o suposto tema do livro é mais do que secundário e o que interessa é "A Escriba". Mais do que o mistério, é a condição da mulher, a mulher como heroína, o que de si não é mau, mas não foi por isso que comprei o romance.
A história tem alguns pontos altos, mas se, por vezes, interessa, em outras alturas adormece-nos o interesse.
Enfim... um livro bem escrito, com algumas personagens interessantes, mas muito aquém das expectativas.
Dos romances espanhóis que li nos últimos tempos prefiro, de longe , o já citado A Catedral do Mar e a Sombra do Vento.

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