sexta-feira, maio 08, 2009

É um prazer pecaminoso poder comprar um livro e arrumá-lo na prateleira. Não o ler de imediato.
Por vezes é força das circunstâncias. Comprámos o livro porque o queríamos ler, mas o tempo, o momento, a vontade passaram por nós. E ele vai ficando ali, quieto, mudo, só, paralizado.
De vez em quando, colocamo-nos frente à prateleira, à procura do próximo. Já estamos fartos da lombada, já lemos algo do autor e estamos de pé atrás.
Até que um dia pensamos "porque não"?
Agarramos nele, sem grandes expectativas, começamos a lê-lo e recriminamo-nos por termos demorado tanto tempo. Recriminamo-lo por ele se ter escondido, permanecido quedo e mudo.
E nessa altura percebemos, uma vez mais, o prazer da leitura.
Lemos porque sim, não porque alguém nos disse para ler, ou porque todos os jornais falaram dele. Talvez por isto, mas no nosso tempo.
É este o prazer dos livros perdidos no tempo e esquecidos no espaço

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