Mostrar mensagens com a etiqueta cinema português. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cinema português. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, janeiro 22, 2008

Dot-Com

Vi, ontem, o filme pela 3ª vez.
É assim tão bom?
Não é e, ao mesmo tempo, é.
Filmes portugueses sem maminhas (sexo) ou asneirada a torto e a direito são uma miragem.
Este não tem sexo, e poucas asneiras. Continuo a achar que o sucesso de filmes como Corrupção ou Call Girl (que não vi) se deve mais aos atributos físicos da actriz, do que ao conteúdo do filme. Infelizmente, os portugueses só vão ao cinema ver filmes do burgo se estes mostrarem carne. O que a mim não me choca, é a evolução natural das revistas choque e cor-de-rosa. Enfim...
Gosto de Dot-Com porque nos mostra que podemos fazer um filme, sem grandes condições de produção, que nos faça rir e ao mesmo tempo que nos pinte como realmente somos.
É um filme simples, uma comédia engraçada (que é cada vez mais difícil de fazer), mas que fica a milhas do filão Malucos do riso.
A questão é se podemos fazer filmes? Claro. Mas há que ter sabedoria para discernir o quê e o como. Já percebemos que temos alguns realizadores interessantes. Falta o graveto, e muitas vezes os textos. Queremos fazer CINEMA, mas faltam-nos as cordas para podermos tocar.
Dot-Com prova que com tempo e jeito podemos fazer cinema com alguma qualidade, que agrade a muitos espectadores. Pena que muitos não o tenham percebido, e o tenham deixado passar despercebido.
Mas, está aí em venda directa. Aproveitem...

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Cinema pt

Falemos de cinema.
Não vale a pena demorar muito a discutir sobre o estado do cinema em Portugal. Com algumas excepções o resultado final é de qualidade, digamos, duvidosa, ou tende a animar somente um pequeno nicho.

Confesso que só vi dois filmes de Luís Galvão Teles, Elas e o recente Dot Com.
Infelizmente, Elas não saiu em DVD, só o vi três ou quatro vezes, mas não me lembro o suficiente para escrever demasiado sobre ele. É uma comédia sobre mulheres (neste caso o título não engana). quando a flor da idade começa a fenecer. É um filme humano, que muito me agradou.

Dot Com é, ao contrário do que estamos habituados, um filme português.
A história versa sobre a aldeia de Águas Altas, que recebe uma intimação de uma multinacional espanhola para fechar o seu site contra o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros, por violação de regras de direitos de autor (os espanhóis pagaram o copyright de Águas Altas, uma marca de água mineral).
A partir daqui a aldeia, desconhecida em Portugal, vai lutar internamente pela melhor decisão a tomar - fechar ou não o site.
O filme é uma crítica bem disposta ao mercado global, mas também ao papel do(s) Governo(s) na dinamização e evolução do interior português. O que me agradou em Dot Com, para além da forma bem humorada, mas séria com que se tratou o assunto foi a caracterização do português. Estamos todos lá, em maior ou menor medida. A aldeia portuguesa passa na tela, com os seus defeitos e qualidades, o desrespeito governamental pela província, o fervor nacionalista, a intriga, as personagens caricatas, o dia a dia repetido ad aeternum, o esquecimento dos valores, a política como fim.
Uma grande surpresa, um filme simpático que merece um visionamento. Vemos coisas bem piores só porque têm o selo de Hollywood.
Já agora, e o DVD de Elas?

Vejam...