segunda-feira, novembro 14, 2005

Grandpa, the one and only

Só conheci um dos meus avôs, o outro morreu ainda a minha mãe estava a entrar na adolescência. Dizem que sou o retrato vivo dele.
O meu outro avô é doente dos nervos, não me lembro de me ter levado a mim (ou aos outros netos) a algum lado, nunca nos levou ao parque, a passear, abria sempre a boca para dizer não faças assim, cuidado com isto ou com aquilo.
Sempre tive um pouco de inveja dos outros avôs, daqueles que iam buscar os netos à escola, que lhes compravam doces ou afins, que brincavam com eles, principalmente ou porque as histórias que ouço do avô materno me criaram essa imagem.
Desejamos sempre o que não temos e desdenhamos do que temos...

Foi difícil ver o avô Falcoeiras padecer de Alzheimer e Parkinson, o que aliadas à doença de nervos não foi fácil. Esteve alguns meses num lar, porque estava a dar com a minha avó em doida (literalmente). As lágrimas vinham-me aos olhos quando o via olhar para nós e pedir que o levássemos para casa, que ele ali não queria ficar. A dor é difícil de explicar, só sentimos falta do que temos quando já não o temos.
Ver alguém que amamos lutar contra algo que não entende é...doloroso, dói demais, como diz um cantor pimba da nossa praça.
Amanhã o meu avô vai ser operado, uma coisa de somenos importância, uma operação de rotina ao nariz, à sinusite. Imagino que para o sistema nervosos dele seja uma provação enorme. Não o fui visitar, tento apagar o erro, com este post!

1 comentário:

Daniel M.S. disse...

O velho Falcoeiras... o homem que conseguia convencer muita gente iletrada que os ovos que vendia tinham duas gemas.Bom homem.